Como identificar, reagir e recuperar seu dinheiro pela via jurídica
Imagine você estar navegando pelo Instagram, assistindo a vídeos, e se deparar com a oportunidade de participar de um grupo de estudos sobre investimentos, com linguagem simples, retornos promissores e pessoas aparentemente reais exibindo seus lucros. Parecia uma chance imperdível, certo?
Foi exatamente o que aconteceu com Maria (nome fictício para preservar a identidade de nossa cliente), uma publicitária que buscava alternativas para melhorar sua vida financeira e acabou envolvida em um golpe sofisticado de manipulação emocional e engenharia social.
Como o golpe foi aplicado?
O esquema começa com um grupo no WhatsApp chamado “SY-12 Instituto de Investimentos Merrill Lynch”. Todos os dias, uma suposta assistente compartilhava “oportunidades de investimento” com lucros altos e rápidos. Havia também um falso professor que ensinava sobre a bolsa de valores e reforçava a sensação de segurança.
Maria começou com um pequeno investimento e obteve retorno. Isso ativou o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina e reforçando a crença de que estava no caminho certo. Esse é o mesmo mecanismo que alimenta comportamentos de vício e compulsão.
Com o tempo, ela foi convencida a investir valores maiores: contratou empréstimos, usou recursos próprios e chegou a investir mais de R$ 35 mil reais em um falso “IPO”. Quando tentou sacar, o saldo zerou. E para “recuperar o dinheiro”, exigiam novos depósitos.
Por que você deve se preocupar (mesmo que não tenha sido vítima ainda)?
Golpes como esse estão cada vez mais frequentes. Usam o Instagram, WhatsApp e Telegram como meio, se aproveitam da ingenuidade das pessoas, da falta de fiscalização das plataformas e da omissão de instituições financeiras. A promessa de dinheiro fácil, somada à sensação de exclusividade e à narrativa emocional, criam uma armadilha perfeita para o cérebro humano.
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Existe solução jurídica? Sim, e você pode se apoiar nela
A Justiça já tem reconhecido que bancos e plataformas digitais têm responsabilidade objetiva por falhas na segurança de seus serviços. No caso da Maria:
- Os bancos envolvidos permitiram transferências suspeitas, sem barreiras de segurança.
- A plataforma Instagram (Meta Platforms) permitiu o anúncio de fraude.
Com base na Súmula 479 do STJ, os bancos respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
Já o Código de Defesa do Consumidor (CDC) assegura a responsabilidade solidária entre todos os envolvidos na prestação do serviço. Também é garantido o direito à inversão do ônus da prova em favor da vítima, para facilitar sua defesa.
O que você pode (e deve) fazer agora?
- Registrar um Boletim de Ocorrência e buscar um advogado especializado;
- Solicitar judicialmente o bloqueio de valores e a identificação dos fraudadores;
- Exigir que os bancos e plataformas informem os dados dos beneficiários dos valores;
- Ingressar com ação judicial para recuperar seu dinheiro e ainda solicitar indenização por danos morais;
Não se culpe. Você foi vítima de um golpe profissional
Golpes financeiros modernos não são aplicados por amadores. Eles usam técnicas de neurociência, PNL e psicologia comportamental para conduzir a vítima a uma decisão irracional e impulsiva.
Quanto mais rápido você agir, maior a chance de recuperar seu dinheiro e impedir que mais pessoas sejam enganadas. Busque ajuda jurídica e não tenha vergonha. Você tem direito à justiça e à reparação.
Este artigo foi inspirado em um caso real para fins de conscientização. Se você ou alguém que conhece foi vítima de golpe financeiro online, procure apoio jurídico imediatamente.




